sexta-feira, fevereiro 22, 2008

Sobre praias e ogros...

No fim-de-semana pós-carnavalesco, eu e meu consorte resolvemos curar a ressaca da folia (mais minha do que dele) na praia. Acordamos cedo, providenciamos umas cervejas, uns petiscos, os kits e brinquedinhos de João Victor (no plural, porque a presença de criança amplia consideravelmente a bagagem). Tudo pronto, colocamos o "pé" na estrada e fomos pro litoral sul, meio outsiders, pra fugir da fúria de Boa Viagem... Decidimos ir pra Enseada dos Corais, cuja tranqüilidade faz jus ao que uma praia deve inspirar... Porém, como chegamos mais tarde do que pretendíamos, fomos pra Xaréu. Só iríamos pra Enseada quando o sol baixasse porque, mesmo tendo levado cadeiras e guarda-sol, o pequeno (e mui branco) João não iria agüentar o mormaço. Final de tarde chegou, lá fomos pra o nosso destino previsto. De repente, a praia quase deserta, aquele marzão na frente, aquele tapete de areia pra correr com João. Parecia propaganda de refrigerante (aliás, de refrigerante não porque, apesar de quase sempre serem ambientadas em belas praias, sempre tem meio-mundo de gente, portanto devo dizer: propaganda de plano-de-saúde-família). Munidos de pás, baldes e outros apetrechos infantis, fomos brincar na areia. Como as crianças têm a incrível capacidade de transformar o inusitado em algo absolutamente trivial, a certa altura, sinto aquele cheirinho-denúncia, aquele alerta de que "havia algo de podre no reino da Dinamarca" ou, mais precisamente, naquele bumbum branquelo do meu filhote... Problema número um: ele só estava de sunga (obviamente porque não dava pra deixá-lo de fralda descartável na praia); Problema número 2: eu não havia lembrado de colocar lenços umedecidos na volumosa bagagem (AAAAAAAAAAhhhhhhh!); Problema número 3: onde colocar aquele "lixo"? No lixeirinho do carro? De jeito nenhum! Bem, perdoem-me os ambientalistas (Sheilinha que não me ouça...), mas tive que enterrar os dejetos mal-cheirosos (a redundância vale quando se trata de cocô de criança!) e ainda ir lavar a sunga e a bunda de João no mar. Que cena! O pior foi ter que fazer as duas coisas, quase ao mesmo tempo, diante de um mar bravio. A sunga escapou da minha mão e lá vou eu, correndo, com João no braço, pra recuperá-la. Iemanjá deve ter rido um bocado, se não tiver ficado muito irada com a sujeira que coloquei na casa dela... Certamente, não vou esquecer este dia que, apesar da merda (desculpem o trocadilho), foi muito divertido! Desde a chegada à praia, demos boas gargalhadas com João. Quando estávamos indo pra Xaréu, por Itapoama, fiquei em dúvida se deveria pegar a estradinha da direita ou esquerda. Pedimos informação a um transeunte: - "Por favor, onde fica Pedra de Xaréu (como estava escrito em placa bem anterior àquele trecho)?" Ele indicou o caminho e seguimos. Segundos depois, João dispara: - "Pedra de Shrek! Rá-rá-rá!" Conclusão: pra ele, finalmente, descobriu-se onde morava aquele ogro cheio de graça...

3 comentários:

Mila disse...

OI Ed,
Valeu pelo comentário no meu blog. Agora que entrei nesse mundo blogueiro, estou descobrindo um bocado de outros blogs, inclusive o seu.
Adorei a sua história da praia, dei algumas gargalhadas lembrando, inclusive, das minhas aventuras infantis praieiras. Muito boa essa história. E cá pra nós, um cocôzinho não foi, com certeza, a pior coisa que Iemanjá já recebeu não viu?!
Beijão pra você!

Anônimo disse...

coco é ecologico, vira estrume, alimento de peixe. é poluição mas não é transitória. e depois iemanjá é mãe tb, entende as agruras do serviço e descarta o que não presta...bjs

Anônimo disse...

quis dizer...é poluição mas transitória...