segunda-feira, maio 28, 2012

Haicai para o Samurai

"A velha mão segue traçando versos para o esquecimento."
Jorge Luis Borges

quinta-feira, maio 24, 2012

Viagem ao centro de si mesmo (parte 1) ...

Outro dia, numa entrevista, uma atriz dizia que, quando estava estressada, ia fazer uma grande faxina para se acalmar. Isso é relativamente comum. Eu não sou uma exímia dona-de-casa mas me "desligo" dos problemas lavando louça ou roupa... Tem até aquele dito popular de que devemos dar uma trouxa de roupa para quem está preocupado demais com a vida dos outros... Essa "alienação" pelo trabalho, na maioria das vezes, funciona para a gente se libertar do fluxo intenso de pensamentos que perturbam o nosso dia. Perturbam? Muita gente já deve ter tentado ficar sem pensar por, pelo menos, alguns segundos. Não pensar em absolutamente nada e alcançar outro nível de consciência, através do "sentir", ou chegar aquele ponto em que corpo e mente se encontram é o que podemos chamar de meditação, uma prática aparentemente simples que requer muita prática. Segundo Eckhart Tolle, em O Poder do Agora (livro que atualmente está na minha cabeceira), os pensamentos podem "escravizar" as pessoas porque nós não usamos a mente, ela é que nos usa com maior frequência. Não conseguimos, sem uma preparação prévia e longa, controlar nossos pensamentos. Mas somos invariavelmente dominados por pensamentos de angústia, de incerteza, de dor, de raiva, de medo. Quando passamos o dia todo trabalhando e estamos de bem com a vida, em harmonia com o mundo interior, o esforço cansa bem menos. Porém, se a cabeça começa a remoer pensamentos desenfreados, o fim de um dia de trabalho pode ser um sufoco: músculos tensos, dor de cabeça, cansaço físico e mental. O autor supracitado defende a busca da mente "vazia", liberada desse turbilhão de pensamentos, propícia ao insight ou o estopim da criação. É nesse espaço "distendido" que as idéias altamente inovadoras surgem. Pois é, os momentos de relaxamento são bem frutíferos... Basta você se imaginar quão restaurador é estar esticado(a) numa cama de massagem ou escutando uma boa música. Ao nos concentrarmos nos toques das mãos do(a) massagista ou nos sentidos ativados pelos acordes, refreamos nosso fluxo de pensamentos e conseguimos ultrapassar o mundo objetivo.