terça-feira, fevereiro 05, 2008

Segura o caboclo!

Neste carnaval, brinquei pouco. As circunstâncias não foram favoráveis à folia de Momo. Não pra mim. Isso não significa que tenha sido muito ruim. Não foi como eu gostaria. Mas, posso dizer que as poucas horas carnavalescas tiveram seus momentos inesquecíveis. Uma delas foi encontrar uma cobra em pele de coelha nas ladeiras de Olinda. A coelha era laranja! Aliás, Eva ganharia, de longe, o prêmio originalidade na fantasia, nos dois momentos em que a encontrei neste carnaval. Na primeira vez, ela estava com uma fantasia, de inspiração chinesa, cujo nome não lembro porque, pra lembrar, era preciso não ter bebido nada, o que não era o meu caso. Inclusive, se ela bebesse muito não iria lembrar o pomposo título, atribuído por ela, ao seu look carnavelesco. Encontrar com Ana, a romana, também foi especial, apesar dos muitos desencontros entre nós nestes dias. Ana é Ana. Alegre ou triste, ela é linda, sempre. Mas, pra mim, nada valeu mais do que descobrir um caboclo loiro e faceiro como ele só. Estava eu, no Recife Antigo, assistindo ao show de Antúlio Madureira, dançando muito e feliz da vida. Meu pequeno filho começou a ficar impaciente, porque o dragão do "Eu acho é pouco" tinha sumido das vistas dele. Ele ficou fascinado pelo dragão. Só sossegou depois que entramos dentro do bicho (medo nenhum...). A certa hora, ele resolveu pedir "piiito". Onde eu iria arrumar um bendito pirulito por ali? Aliás, o ideal era nem conseguir o dito cujo porque estou relutando em ceder aos caprichos infantis do meu loirinho. Ao invés de pirulito, ele ganhou uma sombrinha de frevo. A felicidade foi ainda maior porque esse tinha se tornado o sonho de consumo durante o carnaval. Pouco minutos antes, ele tinha se agarrado com a sombrinha de uma menininha incauta que passava perto e deu o maior trabalho pra convencê-lo a devolver (as crianças não entendem o conceito de propriedade alheia). Depois de Madureira, veio a apresentação do maracatu rural, começando pelo tradicional Cruzeiro do Forte. João Victor, que até então estava ensaiando uns passinhos de frevo, começou a prestar atenção no ritmo. Daqui a pouco, estava ele criando sua própria coreografia: na hora da "loa", ele colocava a sombrinha no chão e se afastava um pouco, assim que começava a percussão, ele corria, pegava de volta o útil adereço e começava a pular freneticamente. Fiquei encantada com a cena! O danadinho é da farra! Aliás, ele adora percussão. Dá pra perceber pelas suas músicas preferidas. Bom gosto ele tem: gosta de Tom Zé, Vanessa da Mata, Maria Rita, Chico Science, Arnaldo Antunes e enlouquece ao som do frevo... Outro dia, eu estava indo trabalhar, ouvindo o cd "Paradeiro" e quando vejo, meu filho cantarolava a música "na massa", bem no clima, na maior animação. Percebendo esta veia percussiva do pequeno, o pai dele estava pretendendo presenteá-lo com uma alfaia. Pensei imediatamente: é o golpe de morte no silêncio que, definitivamente, não tem freqüentado a minha casa... Mas, quem sou eu para refrear a arte?

Um comentário:

Anônimo disse...

É isso aí Ed...
A arte é tudo, deixe seu filho criar asas!!!!
:)