quarta-feira, outubro 04, 2006

15 centímetros ou mais

O cinema criou e imortalizou o estereótipo da mulher fatal: maquiada, penteada, bem vestida e de salto alto. Basta lembrar Marilyn Monroe com seu vestido esvoaçante e as belas sandálias de salto (com o detalhe das unhas pintadas de vermelho) ou os filmes estrelados por Catherine Deneuve, munida de muito charme e pares de saltos. No entanto, longe de discordar completamente de que salto alto é uma arma de sedução (e em alguns casos, literalmente uma arma), digo que não consigo me adaptar ao dito cujo. Nas primeiras cinco passadas, quase posso encarnar a diva loira mas logo vem o desconforto e a certeza de que salto alto atenta contra a lei da gravidade, já que o pé procura desesperadamente um apoio mais estável, mais abaixo; e depõe contra a evolução humana: hominídeos lutaram por gerações para que pudessem tornar-se bípedes e de uns tempos pra cá ficou mais difícil andar para aqueles que tentam se equilibrar nos saltos, afastando os pés do chão (incluindo aqui as poderosíssimas drags queens com seus saltos estratosféricos). Acredito piamente que andar de salto alto é quase tão incômodo quanto mover-se de quatro... A propósito, em nome do conforto dos pés e do desvario da mente, existe algo mais agradável do que andar de pés descalços na areia da praia?

Um comentário:

Anônimo disse...

Pois eu uso salto como se fosse extensão dos meus pés. Acho que depende do salto e dos pés. Mas confesso que, como vc, ainda me sinto muito bem calçada quando estou pisando na areia da praia.