domingo, março 09, 2008

Insônia

Suportar o mundo, perseguindo a alegria da infância. Colher cinzas, alimentando flores. Vestir mortalhas, enquanto gera. Penar por culpa, parindo novos calafrios. Alma renascida a cada golpe. Peito que regela para voltar a abrasar, inteiro, pulsante e transbordante. Os extremos do caminho reforçam: depois da derrota, recompõem-se as energias. Pela coragem, move-se o destino.

Um comentário:

Natália Nunes disse...

Lindíssimo escrito!

Me lembrou um processo de moenda: o sofrimento do grão, diminuído, esmagado, para depois multiplicar-se, crescer em alimento - ele ultrapassa-se.


Gostei daqui.