sexta-feira, outubro 13, 2006

Quero meu bebê!

Depois de sete meses de convivência diária (principalmente noturna, no íntimo momento de amamentação), vou dormir sem o meu bebê. Hoje o pai veio buscá-lo para passar a noite com ele, já que amanhã estarei trabalhando o dia todo. Como irei suportar estas pouco mais de vinte e quatro horas sem o meu pequeno e amado filho? Pode parecer frescura, e por mais que a gente às vezes reclame da trabalheira que dá cuidar de um bebê, mas uma noite distante está me parecendo uma eternidade... Como amanhã ele completará sete meses, eis uma oportunidade pra que ele possa criar um pouquinho de independência e, no meu caso, encaminhar o meu projeto de não ser aquela mãe superprotetora, que não deixa o filho sair debaixo da asa... Só espero que a noite dele seja tranqüila e agradável.

sábado, outubro 07, 2006

Entre números e lembranças

Hoje, folheando o jornal de amanhã, deparei-me com uma matéria intitulada "Sim para o casamento", cujo conteúdo destacava dados recentes do IBGE, sobre um aumento de 7,7% no número de uniões conjugais em 2004, em relação ao ano anterior. Sobre as separações, essas teriam caído 7,4%, assim como os divórcios, cuja redução teria sido de 3,2%, ainda comparando-se os anos de 2004 e 2003. Estatísticas, no minímo intrigantes, que parecem ter vindo de outro planeta, porque no meu (ainda que modesto) círculo social separações tem sido uma constante desanimadora. Vale registrar aqui a exceção: Ceça e Sérgio, casados por convicção, cúmplices e extremamente criativos e mutuamente respeitosos no tocante à relação, o que justifica uma união estável entre tantas outras que desmoronam. Bom exemplo de que o amor nem sempre envelhece e pode manter as pessoas unidas.
Ironicamente, encontrei esta matéria na semana em que estou me separando, como tantos outros casais, de comum acordo e com aquela sensação desagradável que a decisão apenas formaliza uma situação já posta: a indisposição para manter a relação, a desistência de negociar e ceder, enfim, o fim, já sem o calor das lágrimas desesperadas, sem os arrebatamentos, sem maiores discussões, sem emoção... Triste pensar que tudo se torna banal, que aquilo que outrora parecia interminável ou inolvidável (aludindo a um poema de Neruda de que gosto muito) simplesmente terminou... Na verdade, vamos nos dando conta de que há muito já acabou... Consolo é pensar que a vida é feita de fins e recomeços. Que a dor de hoje poderá ser a superação de amanhã. Um novo começo, uma nova vida, um filho, algumas cicatrizes e muitas lembranças. Saldo de um casamento. Mais um dado estatístico.

quarta-feira, outubro 04, 2006

15 centímetros ou mais

O cinema criou e imortalizou o estereótipo da mulher fatal: maquiada, penteada, bem vestida e de salto alto. Basta lembrar Marilyn Monroe com seu vestido esvoaçante e as belas sandálias de salto (com o detalhe das unhas pintadas de vermelho) ou os filmes estrelados por Catherine Deneuve, munida de muito charme e pares de saltos. No entanto, longe de discordar completamente de que salto alto é uma arma de sedução (e em alguns casos, literalmente uma arma), digo que não consigo me adaptar ao dito cujo. Nas primeiras cinco passadas, quase posso encarnar a diva loira mas logo vem o desconforto e a certeza de que salto alto atenta contra a lei da gravidade, já que o pé procura desesperadamente um apoio mais estável, mais abaixo; e depõe contra a evolução humana: hominídeos lutaram por gerações para que pudessem tornar-se bípedes e de uns tempos pra cá ficou mais difícil andar para aqueles que tentam se equilibrar nos saltos, afastando os pés do chão (incluindo aqui as poderosíssimas drags queens com seus saltos estratosféricos). Acredito piamente que andar de salto alto é quase tão incômodo quanto mover-se de quatro... A propósito, em nome do conforto dos pés e do desvario da mente, existe algo mais agradável do que andar de pés descalços na areia da praia?